quinta-feira, 2 de março de 2017

VOCÊ FAZ POLÍTICA, MESMO SEM SER POLÍTICO

Por Fernanda Caprio, Advogada, Mestranda em Política Públicas (UNESP)

*artigo publicado originalmente na Revista Conceito Jurídico, edição de março/2017, ISSN 2526-8988

Política parece ser algo que está lá fora, mas na verdade, fazemos política por minuto em nossas vidas diárias. 

Pode não ser a política partidária, que depende de compartilhar e praticar a ideologia de um determinado partido político. Pode não ser a política de cargos eletivos, que depende de disputar as eleições e exercer mandato. 

Mas na verdade, política está mais perto de nós do que pensamos. 

Fazemos política conforme o modo pelo qual nos relacionamos com o mundo. Se decidimos ser simpáticos ou antipáticos com as pessoas nas ruas, no trabalho, na família, estamos escolhendo nossa política de relacionamento. Se somos colegas de trabalho leais ou se somos do tipo que "puxa o tapete" para ganhar espaço, estamos escolhendo nossa política de boa (ou má) vizinhança. Se cumprimos nossas funções no trabalho ou “matamos” o serviço, estamos escolhendo nossa política profissional. Se somos íntegros ou dúbios, estamos escolhendo nossa política de caráter. Se participamos de grupos ou não, estamos escolhendo nossa política social. Se somos silenciosos ou barulhentos na forma de colocar opiniões, estamos escolhendo nossa política de expressão. E não para aí.

O importante é que, independentemente das escolhas, podemos mudá-las a qualquer momento. E teremos mais ou menos ganhos com isso em nossas vidas práticas, ganhos estes que virão em forma de sorrisos, de amigos, de oportunidades, de portas abertas, de paz, de consciência tranquila, de crescimento pessoal.

Nosso país vem nos forçando a mudar de política. Com toda roupa suja sendo lavada em público, com os jornais trazendo à tona tudo o que era feio e estava escondido, com o resultado disso tudo pesando em nosso bolso em forma de custo de vida mais alto, combustíveis mais caros, juros exorbitantes. Estamos aprendendo na prática e verdadeiramente que "o crime não compensa".

Então, essa é uma chance ímpar: mudar nossa política é para já! Adotar a transparência em todas as nossas falas e atitudes, sermos colegas de trabalho mais leais, prestadores de serviço mais eficazes, pessoas mais decentes, amigos mais fieis, pessoas mais íntegras, é demonstrar que somos bons políticos e, por consequência, bons cidadãos. 

Certamente, como uma coisa puxa a outra, isso nos levará invariavelmente a mais receptividade no mundo e mais portas abertas. 

Portanto, fazer a política do bem é a melhor expressão da "lei do ganha, ganha" e a melhor forma de ser cidadão.

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